sexta-feira, 11 de novembro de 2011



'Ah, é dificil achar esse trilho de Deus em meio à vida que levamos, na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual, com sua arquitetura, seus negócios, sua política e seus homens! Como não haveria de ser eu um Lobo da Estepe e um mísero eremita em meio de um mundo cujo objetivos não compartilho, cuja alegria não me diz respeito! Não consigo permanecer por muito tempo num teatro ou num cinema. Mal posso ler um jornal, raramente leio um livro moderno. Não sei que prazeres e alegrias levam as pessoas a trens e hotéis superlotados, aos cafés abarrotados, com sua musica sufocante e vulgar, aos bares e espetáculos de variedades, às Feiras Mundiais, aos Corsos, aos centris culturais e às grandes praças de esportes. Não entendo nem compartilho essas alegrias, embora estejam ao meu alcance, pelas quais milhares de outros tanto anseiam. por outro lado, o que se passa comigo e meus raros momentos de júbilo, aquilo que para mim é felicidade e vida e êxtase e exaltação, procura-o o mundo em geral nas obras de ficção; na vida parece-lhe absurdo. E, de fato, se o mundo tem razão, se a musica dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco tem razão, então estou errado, estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da estepe, como me digo tantas vezes - aquele animal extravido que não encontra abrigo nem ar nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível' 




( Este livro é mágnifico, embora mal tenha acabado o primeiro capitulo. Me surpreendo como ele consegue fazer com que eu me sinta parte do livro. Não sei como explicar, mas é como se eu tivesse escrito tais palavras. Claro, não conseguiria expressar-me tão brilhantemente. Porem, muitas frases me descrevem. Estou gostando desta leitura, e com certeza postarei mais partes deste livro.)

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